quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Três em cada quatro pessoas nas Américas não sabem que têm hepatite, diz OPAS

O primeiro relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre as hepatites virais revelou a enorme escala dessa epidemia silenciosa no continente americano e defendeu uma resposta organizada dos países com o objetivo de prevenir, detectar e tratar as pessoas que necessitam de cuidado.
O novo relatório estimou que cerca de 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B na região e cerca de 7,2 milhões pela hepatite C. Desse total, três em cada quatro pessoas não sabem que estão infectadas.
O primeiro relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre as hepatites virais revelou a enorme escala dessa epidemia silenciosa no continente americano e defendeu uma resposta organizada dos países com o objetivo de prevenir, detectar e tratar as pessoas que necessitam de cuidado.
O novo relatório “A hepatite B e C na lupa: a resposta da saúde pública na região das Américas 2016”, divulgado na sexta-feira (13), estimou que cerca de 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B na região e cerca de 7,2 milhões pela hepatite C.
Desse total, três em cada quatro pessoas não sabem que estão infectadas. A doença pode levar a cirrose, câncer de fígado e até à morte se não for tratada a tempo.
“A hepatite é uma epidemia silenciosa, porque as pessoas infectadas não apresentam sintomas até que haja danos no fígado”, disse Massimo Ghidinelli, chefe da unidade de HIV, Hepatite, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS/OMS.
“Com este informe, começamos a tornar visível a situação da doença na região e aportamos uma ferramenta para que os países possam tomar decisões informadas que orientem suas políticas nesse tema, sobretudo hoje que existem intervenções para a prevenção da hepatite B e a cura da hepatite C”, disse Ghidinelli.
Estima-se que as hepatites B e C sejam responsáveis por cerca de 125 mil mortes por ano, mais do que a tuberculose e a infecção por HIV. O relatório mostra que das 7,2 milhões de pessoas que vivem com hepatite C crônica na região, apenas 300 mil recebem tratamento, ou seja, 4%.
Estima-se que, a cada ano, cerca de 65 mil pessoas sejam infectadas com o vírus da hepatite C. Embora novos tratamentos tenham o potencial de curar cerca de 90% dos infectados com hepatite C e reduzir o risco de morte por câncer de fígado ou cirrose, estes ainda não são totalmente acessíveis por conta do alto custo, e apenas 19 países os financiam, de acordo o relatório.
A hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho no momento do parto, entre outras vias. Mas a vacinação de todos os recém-nascidos pode prevenir a infecção em 95% dos casos, além de proteger as gerações futuras dessa infecção durante toda a sua vida.
De acordo com o relatório, todos os países da região vacinam crianças menores de 1 ano contra a hepatite B. Mas 31% não o fazem nas primeiras 24 horas após o nascimento – em desconformidade com o que recomenda a OMS.
O relatório também revela que, em 2014, 15 países da região realizaram cerca de 18,1 mil transplantes de fígado. No entanto, a maioria deles (82%) foi realizada nos Estados Unidos.
Em 2015, os ministros da saúde das Américas fecharam acordo para adotar uma série de medidas com o objetivo de prevenir e controlar a infecção por hepatites virais no Plano Regional da OPAS para as Hepatites Virais 2015-2019, com destaque para a hepatite B e C.
O mundo busca acabar com as hepatites como um problema de saúde pública até 2030. Entre outras ações, o plano propõe que os países formulem planos nacionais, ampliem a vacinação contra a hepatite B a todas as crianças menores de 1 ano e a grupos populacionais de alto risco e vulneráveis; realizem campanhas de informação e busquem opções para ampliar o acesso aos medicamentos.

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